remendando cidades
Mas a verdade é que no modelo de vida urbana que levamos, particular é particular, público é terra de ninguém.
Assim, quando alguma decisão afeta diretamente o “meu”, as pessoas despertam e reivindicam seus direitos, donas da verdade. [Oras, ninguém mexe no que é “meu”].
Dentro dessa mesma ótica, muitos políticos (supostamente representando o povo) continuam defendendo um “meu”, mesmo que esse “meu” passe a ter uma abrangência maior (cerca de uns 10 patrocinadores de campanha), raramente buscando o bem-comum.
Dessa cultura, surgem as decisões estapafúrdias e arbitrárias que minam nossas cidades com intervenções pontuais.
Agora, quando é para defender o público, que em teoria deveria ser interesse de todos, por pertencer a todos... poucas vezes vemos alguém mover uma palha, pois:
1) não é de interesse político que isso ocorra, portanto não é estimulado;
2) as pessoas parecem incapazes de pensar coletivamente, ignorando sua própria força;
3) não há uma identificação das pessoas com esses locais.
A lista seguiria e o texto também.
Mas o que importa agora é a referência ao bom exemplo dado por Portland, através do projeto “City Repair”. Essa iniciativa tem envolvido os moradores no processo de planejamento, de criação e de gestão de espaços públicos, estimulando o convívio de vizinhança. É claro, tudo dentro de um conceito estadunidense de encontro, com destaque para os “pocket parks" e para a modificação de intersecções de ruas.
"Pansy Circle", intersecção pintada em 2005.
(Fonte: http://www.cityrepair.ca/)
Se o objetivo é “interconectar comunidades humanas e o mundo natural”, educando as pessoas no sentindo de se reconhecerem como uma parte de uma grande comunidade e de passarem a usar o seu potencial criativo em prol dessa, o esforço está surtindo efeito. Prova disso é que o movimento já extrapolou os limites de Portland, levando outras cidades a encorajarem ações semelhantes.
[Enquanto isso, no nosso mundinho...]
Mais informações:
http://www.cityrepair.org/
http://www.newurbanism.org/