26 de agosto de 2008

Sistema de Espaços Livres - Oficina em Santa Maria


Nos próximos dias 2 e 3 de setembro, realiza-se na UFSM a oficina temática O sistema de espaços livres e a constituição da esfera pública em Santa Maria. A idéia dos organizadores é contribuir com a pesquisa nacional sobre Sistemas de Espaços Livres (SEL), coordenada pelo Laboratório da Paisagem da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Em Santa Maria a oficina é promovida pelo Grupo SEL e será realizada na sala 218 e salão Imembuí, na Reitoria da UFSM.

O primeiro dia será dedicado a palestras e debates. No dia 2 de setembro, haverá um ateliê de análise, diagnóstico e síntese do Sistema de Espaços Livres da cidade de Santa Maria. Paralelamente à oficina, ocorre exposições fotográficas de Lucas Figueiredo Baisch e de Paulo Fernando dos Santos.

Podem participar técnicos do poder público, professores e estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e profissionais de áreas afins.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail: grupo.sel.sm@gmail.com

As vagas são limitadas.


Notícia extraída na íntegra daqui.


17 de abril de 2008

bar do seu chico

Conforme noticia o Diário Catarinense, o Bar do Seu Chico, na praia do Campeche, deverá ser demolido ainda hoje.
O bar é um ponto tradicional do Campeche e funciona há mais de 20 anos. O problema? Está construído em Área de Preservação Permanente (APP), no caso, restinga.

Em 2006 já tentaram demolir o bar, mas a população impediu.
Vamos ver o que ocorre hoje.


(Imagem: Clicrbs)

E se realmente demolirem, que comecem a demolir tudo o que está sobre APP aqui em Floripa.
(Se quiserem começar por bares, sugiro darem uma passadinha por Jurerê Internacional.
Ah não, esqueci que em Jurerê não existe APP!)
Quero ver o que vai sobrar de pé na cidade.


PS: minha opinião, antes que me entendam mal, é que há casos muito mais críticos, como o da ocupação das dunas do Siri, em Ingleses, por exemplo. Ou então os loteamentos da elite, subindo nas encostas dos morros por meio de vias absurdas. Acho que a questão é fiscalizar e agir com seriedade evitando novas ocupações e não sair demolindo locais com uso consolidado pela população e, ao mesmo tempo, autorizando os ditos shoppings em manguezais.


4 de abril de 2008

Santa Maria no Google Earth [-29.68417, -53.80694]

Notícia maravilhosa:

finalmente foi atualizada a imagem de Santa Maria no Google Earth!

Santa Maria-RS [-29.68417, -53.80694].

Até então Santa Maria só aparecia em baixa resolução, o que impossibilitava o uso da imagem para trabalhos mais detalhados na escala urbana.
Quem precisasse de uma imagem recente com maior resolução tinha que ficar mendigando nos obscuros laboratórios das universidades, que tinham o maior prazer em deter a informação nos seus domínios, dificultando até mesmo o repasse da imagem para outros laboratórios e cursos das próprias universidades. Uma pena.

Além disso, tem todo o caráter educativo do Google Earth. Acredito que enquanto uma pessoa procura a sua casinha no meio da massa edificada, não se escapa de perceber algumas outras informações sobre sua cidade: a presença de rios, a (pouca) vegetação na área urbana, a forma do relevo no qual a cidade foi implantada e assim por diante.

Santa Maria com elevações: barragem do DNOS, morros, ferrovia, Km3, faixa velha, faixa nova...

Voltando à atualização: aparentemente as imagens são de dezembro de 2007 e de janeiro de 2008. Também aparecem alguns distritos de Santa Maria e os municípios de Silveira Martins, São João do Polêsine e Faxinal do Soturno.

good good good

Centro de Santa Maria. Identificaram o mostrinho em destaque?


30 de março de 2008

como não fazer um elevado

Elevado de Capoeiras - Florianópolis, continente.

Inaugurado neste mês após 2 anos de obras
e mais de 5 milhões de Reais investidos.

(Imagem: clicrbs)


Impressionante!


22 de dezembro de 2007

post natalino

Há tantas críticas às decorações natalinas... uma delas (e muito certa) é que enquanto todo mundo pede por uso racional da energia elétrica, as cidades se enchem com luzes em casas, órgãos públicos, vias, comércio...
A minha grande crítica ainda é aos pobres papais noéis, vestidos para o inverno polar em pleno verão brasileiro, além de todo esse esteriótipo de Natal importado.
Ok, tradição é tradição. bla bla bla

Papai Noel simpático da campanha da Hering: de manga-curta e sem as renas!


Deixando as críticas de lado, vou assumir o papel de defesa hoje.

Grande parte das cidades do sul do país tem usado lixo reciclável para fazer sua decoração de Natal. No quesito "criatividade com pet", tenho visto coisas óbvias, como uns bonecos-de-neve (ah, criticando de novo!!!), mas vi também uns resultados interessantes, como anjos e enfeites iluminados.

Em Xaxim, no oeste de Santa Catarina, além do uso dos arranjos de pet, resolveram também colocar pinheirinhos como esses "de dentro de casa" na rua.
Quando vi, achei loucura, pensei que pouco duraria... e já fui achando mil defeitos.
Depois parei para pensar melhor.

"Pinheirinhos-de-dentro-de-casa" no canteiro da principal Avenida de Xaxim.
(Imagem: Prefeitura de Xaxim)

Está certo que, apesar da inspiração declarada, a decoração está muito longe das superproduções de Gramado e Canela. Mas os enfeites de rua - e todo o comércio da época, aliado ao clima agradável - convidam as pessoas a saírem da toca, a passearem pelas ruas, tomarem um sorvete, andarem de mãos dadas...
(ah sim, esqueci de mencionar, Xaxim tem apenas 24.161 habitantes e nenhum grande atrativo de lazer)

E os pinheirinhos estão lá ainda, cada um decorado por uma entidade ou loja. Eles permanecem por que a população os valoriza, preza, zela... ela realmente quer os "pinheirinhos-de-dentro-de-casa" na avenida principal da cidade!


A avenida à noite: estímulo ao contato público.
(Foto: Laribari)

Agora vem a parte engraçada.
Tem comerciante reclamando que os pinheirinhos, localizados nos canteiros centrais da avenida, estão tirando vagas de estacionamento. E realmente estão!!! Mas olhem no Google Earth o tamanho de Xaxim [-26.9606952299, -52.5335285042] e me digam se a cidade precisa mesmo daquelas vagas.

Eu sei, em uma cidade pequena a escala é diferente, 4 quadras pode ser muito longe... quando em uma cidade maior, 4 quadras é o que se anda depois de estacionar. Mas mesmo assim...!

Enfeites de Natal: gerando "conflitos" com o estacionamento e com o trânsito de veículos pesados.
(Foto: Laribari)


Bom, a segunda crítica local aos enfeites: foram feitos uns "pórticos" na avenida e, portanto, a altura de passagem é limitada. Aí, no primeiro dia de enfeites, um caminhão passou pelo primeiro "pórtico" e fez estrago (mais um cabeça-de-porongo!).
O comentário?
"mas também, que idéia proibir o trânsito de caminhões na avenida, todos sabem que Xaxim é uma cidade de caminhões!"

E é mesmo uma "cidade de caminhões", mas já está mais que na hora de eles andarem pelos lugares certos!!
aiaiaia

Papai Noel, vê se você tem uma cidade de pessoas para lhes dar!


PS: Feliz Natal a todos! :)



20 de dezembro de 2007

"prédio afunda em Pernambuco"

Um edifício de quatro andares afundou quase um metro hoje em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife.




Até aí "no big deal", o detalhe é que no bairro da Piedade, onde fica o condomínio, já desabaram 3 edifícios desde 1997.
E... o clímax da notícia:
a área na qual o prédio foi construído era, originalmente, ... manguezal!!!!!!(selecione para saber, caso não tenha adivinhado ainda).

Ah, os cabeças-de-porongo!!!!

Em homenagem, videozinho da campanha da WWF Brasil.



Yes, uma hora vai voltar para você.


Imagem e notícia daqui e daqui.


[Google Earth, bairro da Piedade :
-8.19357720856, -34.9357799839]


16 de dezembro de 2007

paranóias sustentáveis

Com essa “nova onda” de sermos "amigos do ambiente", parece que a cada momento estamos fazendo algo errado. Os hábitos precisam ser revistos e muitos, eliminados. Entretanto, é preciso coerência.

Eu, por exemplo, critico muito o transporte individual automotivo (como pode ser visto aqui, aqui e aqui). Mas sei que não basta falar “deixe seu carro em casa, vá de bicicleta” se nem ao menos temos condições de segurança para andar de bicicleta. Pequenas atitudes já podem ser tomadas, é claro. Mas as grandes mudanças precisam de um esforço e de um compromisso muito maiores. Investimento em diferentes formas de transporte coletivo, por exemplo.

Também não adianta ficar fazendo panfletagem na base do “ouvi dizer que”. Algumas coisas podemos até perceber empiricamente – ninguém precisa comprovar por a+b que esse monte de sacos plásticos por aí são um tremendo desperdício. Agora já tem muita coisa virando quase que “simpatia para salvar o mundo”. Crendices que podem se revelar muito nocivas.
Tem gente que chega a lavar as embalagens descartáveis com água e detergente antes de coloca-las no lixo. “Ah, para reciclar precisam estar limpas”. Sim, precisam e não se espera que ninguém deixe os restos de alimentos junto. Mas lavar minuciosamente já é demais: ao chegar no local de reciclagem, todas embalagens passam por uma lavagem industrial.

Os seja, há muito sendo dito e muito a ser aprendido e a ser incorporado na nossa cultura. Mas fiquemos atentos para o que há de verdade, de mito, de inocência e de incoerência nisso tudo.

Acho que vale a pena dar uma olhada no "manual de etiqueta sustentável", patrocinado pela editora Abril. Ele apresenta 50 dicas de "pequenos gestos que conduzirão a grandes mudanças se forem adotados por todos", separadas em quatro áreas: rua, casa, trabalho e vida pessoal.
Cada dica é acompanhada por um pequeno gráfico que ilustra o grau de esforço exigido para sua execução e também seu impacto.
Como eu disse, algumas coisas são pura questão de bom-senso, outras merecem ser relembradas e outras dão uma bela sacudida em nossos pre-conceitos.


PS: A Folha tem umas sugestões para "um natal mais verde".

PS2: Imagens da corbis.


11 de dezembro de 2007

motoristas solitários

62% dos motoristas paulistanos andam sozinhos no carro

Dado divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Transportes da capital paulista.

Viva os cabeça-de-porongo!
(Imagem daqui)

Notícia daqui.


Update [12/12/07]
Dois comentários malvadinhos:





12 de novembro de 2007

hugo taylor x carrefour

Foi inaugurado no fim de outubro o hipermercado Carrefour em Santa Maria-RS. A obra motivou discussões desde que foi anunciada, no início do ano. Uma das grandes críticas era que mais um mercado de grande porte (a cidade já tem as redes Big e Nacional) iria ser fatal para os pequenos mercados.

A minha opinião é que a vinda do Carrefour foi muito boa, como mercado em si. Mas aí entramos no segundo ponto de conflito.

Quando é de se esperar que um investimento de tal porte procure um local de fácil acesso e com um terreno grande o suficiente para permitir um projeto adequado a esse tipo de uso, o que a rede francesa fez? Optou por se estabelecer no prédio da antiga Escola de Artes e Ofícios Hugo Taylor.

[Para quem não conhece: o prédio de 1922 é uma das construções mais significativas do passado ferroviário de Santa Maria. Já foi incendiada criminosamente e sofria com um grande abandono nos últimos anos.]

Hugo Taylor (2006) e Carrefour (2007): fachada para a Avenida Rio Branco.
(Fotos: Laribari e Cássio Lorensini)

Revitalizar prédios com novos usos é uma atitude louvável. Mas esses usos precisam ser compatíveis e a intervenção precisa respeitar o caráter histórico.
Indo mais além: mesmo que o local fosse um lote vago, a infra-estrutura do seu entorno não é apropriada para um hipermercado. A rua lateral, Andradas, já tinha grandes congestionamentos há muito tempo. É uma via estreita, com apenas duas pistas e estacionamento, pela qual passa um grande fluxo, inclusive muitas das linhas de transporte público da cidade.
A Avenida Rio Branco, na qual fica o acesso principal da edificação, possui características mais adequadas a um maior fluxo de veículos, mas se encontra, de maneira geral, abandonada e subutilizada - e permanece assim mesmo após a inauguração do mercado.

Hugo Taylor (2006) e Carrefour (2007): fundos e lateral para a Rua dos Andradas.
(Fotos: Laribari e Cássio Lorensini)

O projeto é o mais óbvio possível: mantiveram apenas a carcaça da fachada lateral e da fachada frontal, demolindo praticamente todo o resto da antiga escola. Uma capela com obras-de-arte significativas foi transformada em um café. O restante é o programa básico de hipermercados: estacionamento e um grande galpão no qual estão expostos os produtos.

Hugo Taylor (2006) e Carrefour (2007): detalhe de uma lateral. O "puxadinho" na cobertura foi removido, as árvores também.
(Fotos: Laribari e Cássio Lorensini)

Apesar de terem tido um certo cuidado com a fachada da frente, deixando a publicidade de forma discreta, a fachada lateral do novo edifício é agressiva. Suas cores são de extremo mal gosto e, por ter sido erguida junto ao passeio e com grande altura, ela se torna opressiva para o pedestre que passa pela Andradas. É o legítimo paredão fora de escala.

Carrefour: vista da Rua dos Andradas. Além da via ser estreita para tanto fluxo, os passeios são igualmente pequenos. Para completar, o aclive é acentuado.
(Foto: Cássio Lorensini, 2007)

A obra nova é apenas uma obra de engenharia, executada em tempo recorde para os padrões de Santa Maria e caracterizada por elementos pré-fabricados. Mas peca muito em acabamento e em qualidade de projeto.

Um exemplo mais gritante dessa minha última crítica é o destino dado à área das Tamareiras. Qualquer projetista com um pingo de bom-senso teria transformado aquele local em um ponto de encontro e de estar ao ar-livre, provavelmente associado a um estabelecimento de alimentação.
Mas aqui foi privilegiada a construção máxima, favorecida pelo novo Plano Diretor e suas permissividades quanto ao índice de ocupação.
As árvores foram removidas com a promessa de serem replantadas em alguma área verde pública. Para variar, o serviço foi tão mal-feito que elas morreram esperando o replantio.

Hugo Taylor 2006: área com vegetação significativa. As árvores foram todas removidas para a construção do hipermercado.
(Foto: Laribari)

Não acho não que esse tipo de edificação histórica só serve para abrigar museus, centros culturais e afins. Adoraria se fosse uma Pinacoteca ou um MARGS, é verdade. Mas acredito que até mesmo como comércio poderia ter dado certo.
Sei lá. O Carrefour poderia ter se inspirado no Nacional, por exemplo, que possui um mercado maior na Avenida Medianeira e uma pequena filial no centro. Poderia ter ocupado menos, restaurado mais, feito um pequeno centro comercial (edificação antiga) associado ao mercado (edificação nova). Ter construído menos, deixado mais áreas livres, como uma pequena praça com sombra e bancos - ambos tão escassos em Santa Maria. E ter feito o seu mega-empreendimento em uma área melhor, obedecendo à série de estudos que deveriam ter existido para sua implantação.

Corredores com arcadas do antigo prédio do Hugo Taylor. Perdidos para sempre com a construção do Carrefour.
(Foto: Laribari, 2006)

Entrevistado na inauguração do hipermercado, o prefeito Valdeci fez um comentário singelo quanto ao caos que a obra causou para a vizinhança e para as ruas próximas. Valdeci respondeu com mais uma das suas pérolas: "Um transtorno como este que tivemos aqui, como no trânsito, por exemplo, eu gostaria de ter a cada meio ano. Isso mostra o que a cidade está ganhando e crescendo com isso também" (Fonte: RS Virtual).
Que parâmetros!

Uma coisa é certa: enquanto continuarmos agindo dessa maneira, que tudo permite em nome do lucro e da promessa de não sei quantos empregos, a cidade continuará perdendo em qualidade de vida.


  • Para saber mais sobre o patrimônio ferroviário em Santa Maria, leia: MELLO, 2005 - O imaginário do espaço: a ferrovia em Santa Maria RS.

  • Para saber mais sobre as questões urbanas de Santa Maria, leia: PIPPI et. al., 2007 - Equívocos no planejamento urbano de Santa Maria - RS.


23 de outubro de 2007

panorâmicas da lagoa da conceição

Dois momentos da Lagoa.
Clique nas imagens para ver com mais detalhes.

Lagoa da Conceição na década de 50.
(Fonte: EIA do Hotel Lanai)

Lagoa da Conceição em 2007.


[Google Earth: -27.6037514444, -48.4624780583]



17 de outubro de 2007

fractais x arquitetura = ?

O termo fractal (MANDELBROT, 1975) é utilizado para descrever uma estrutura de formas similares que se repetem em diferentes escalas. Está relacionado diretamente com as teorias da complexidade e sua aplicação na arquitetura tem gerado controvérsias entre arquitetos e matemáticos.

Fractal by computador. Fractal by natureza.
(Imagens: Geometric Arts e Corbis)


Algo muito novo? Hummm, aparentemente o princípio já estava embutido -inconscientemente- na arquitetura há muito tempo, de igrejas barrocas a obras de Frank Lloyd Wright. Mas como a noção de "fractais" só foi definida na década de 70, propõem-se como marco para a arquitetura as obras de Peter Eisenman: House XI (1978) e o projeto "Moving Arrows, Eros, and other Errors", premiado na Bienal de Veneza em 1985.

Peter Eisenman: House XI e "Moving Arrows, Eros, and other Errors" - também conhecido como "Romeo and Juliet".
(Imagens: daqui e daqui)

Enquanto alguns arquitetos ainda tentam discutir geometria euclidiana x geometria fractal, outros procuram incorporar os novos conceitos em suas obras. A possibilidade de exploração dos fractais é imensa e pode gerar resultados interessantes, ainda que a nível experimental.

Torre Absolute Mississauga, Rojkind Arquitectos.
Projeto finalista do concurso Your Absolute.
(Imagens e informações daqui)


- Se os fractais realmente serão capazes de "reconectar o homem às formas naturais ou ao cosmos"? Não sei.
- Há maneira de ensinar os estudantes de arquitetura / arquitetos a aplicarem esses conceitos de forma sensata? Daqui a um ano e meio coloco aqui o link para a dissertação do meu amigo Maycon. Que é quem me colocou nessa confusão. :)

Formas inesperadas. Resultados interessantes.
O que nos aguarda no mundo dos fractais?

(Imagem daqui)

Para saber mais:
[
Ostwald, M. J.] "Fractal Architecture": Late Twentieth Century Connections Between Architecture and Fractal Geometry.

Arquitetura Fractal
.


Vale a visita:
theverymany


16 de outubro de 2007

desmatamento na Amazônia: a caminho da Nona Maravilha?

"Os esgotos se abrem ao ar livre,
descarregam em vagonetes,
na vala seca do rio.
O lixo forma setenta e sete colinas
que ondulam, habitadas, todas."
(Inácio de Loyola Brandão)

Estou relendo "Não verás país nenhum", de Inácio de Loyola Brandão, publicado em 1981.
A história tem como cenário uma São Paulo "num clima de ridícula e subdesenvolvida ficção científica": uma cidade superpopulosa, cercada para evitar novas migrações, com áreas específicas de circulação para cada pessoa, fichas para água, racionamento, calor insuportável, exército urbano de "Civiltares", comidas artificiais e até cheiros nostálgicos à venda (como o de "Água na Terra Seca").

Ficção científica? (Imagem: Corbis)

Souza, personagem principal, descreve também o que ocorreu com algumas partes do Brasil, ou que costumavam pertencer ao Brasil. A Amazônia, por exemplo, virou um grande deserto. O governo incentivou a exploração predatória, coibiu a divulgação de más notícias, sumiu com cientistas. Um belo dia, um ministro divulgou uma orgulhosa conquista para a nação, "um grande feito deste governo que pensa no futuro". Não era mais só a África que podia se orgulhar do seu belo deserto, o Brasil também possuía "um deserto maravilhoso, centenas de vezes maior que o Saara, mais belo".
O deserto passou a ser conhecido como a Nona Maravilha do mundo. Publicitários divulgavam as vantagens do deserto. Agências de viagens começaram a fazer caravanas.



Inverossímil?
Quantas vezes vemos pegarem uma merda e venderem como progresso?
Quantas vezes ouvimos que as críticas ao "desenvolvimento" representam uma visão limitada?

Inverossímil?
Hoje acordo e a manchete do dia é que o desmatamento no Mato Grosso cresceu 107%.

"Por oito anos abastecemos o mundo de madeira. Convencidos de que não havia problemas, aceitamos que vendessem pedaços da Amazônia. Pequenos trechos, diziam. Áreas escolhidas por cientistas, para que não se alterassem os ecossistemas. Até que um dia, as fotos tiradas pelos satélites revelaram a devastação. Todo o miolo da floresta dizimado, irremediavelmente. O resto durou pouco, em alguns anos o deserto tomou conta."
(Inácio de Loyola Brandão)

O ser humano é mesmo um bicho burro.

PS: Falei da Nona Maravilha pela coincidência da notícia, mas o livro é muito mais do que catástrofes ambientais, ele aborda as relações humanas, a divisão da sociedade, a corrupção dos que detêm o poder, a cidade setorizada aos moldes de Brasília... e um furo na mão de Souza. :)

PS 2: Este vídeo mostra o que tem sido feito em nome do progre$$o, permitindo o avanço do cultivo da soja em detrimento da preservação da floresta. Grileiros, agronegócio, êxodo rural, impactos ambientais e humanos.


11 de outubro de 2007

+ fotos, + Terra

Depois das imagens de satélite da semana passada, o Cássio me lembrou das imagens aéreas do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand.
As fotos, tiradas de helicóptero e de balão, revelam faces incríveis do mundo que dividimos: habitações, estilos de vida, paisagens naturais, pessoas, poluição, arquitetura...

Selecionei algumas do site oficial, mas lá tem muita coisa. A pesquisa de imagens é por país, sendo que geralmente há legendas e textos explicativos em inglês e francês, mas algumas vezes em espanhol também. Cada fotografia é acompanhada das respectivas coordenadas geográficas do lugar, o que se revela muito útil quando percebemos quão pouco conhecemos nosso planeta.




PS: Algumas da imagens possuem links no Google Earth. Mas desconheço algo como um layer próprio para facilitar a sua identificação.


10 de outubro de 2007

radiohead - in rainbows

"o Radiohead gravou um disco
até agora, ele só está disponível a partir desse website"

Simples assim. E o Radiohead, mais uma vez, quebra padrões e marca a história da música.
Há duas formas de ter acesso ao In Rainbows: comprando o "Discbox" que será entregue em 3 de dezembro e que contém, além do CD, um vinil, CD com músicas extras e fotografias ou então fazendo o download das faixas direto no site, após o pagamento de uma taxa.
O valor? Discbox=40 libras. Donwload= o quanto você quiser pagar. As músicas estarão disponíveis a partir de hoje.

Discbox de In Rainbows.
(Fonte: www.inrainbows.com)



De acordo com o site oficial, as faixas são: 15 step - bodysnatchers - nude - weird fishes/arpeggi - all I need - faust arp - reckoner - house of cards - jigsaw falling into place - videotape

Ok, antes mesmo de eu acabar esse post, já deve ter o CD inteiro no emule e afins (o que me faz lembrar o título do álbum de 2003: "Hail to the thief"). Inclusive as músicas não são completamente desconhecidas, pois já foram tocadas ao vivo.
Ainda assim, tenho certeza que nesse momento milhares de fãs estão acordados, esperando pelo e-mail com o código de ativação do download. YES!!!!
Grande atitude de uma grande banda.


Para já dar uma noção do que é o álbum: Videotape, em uma gravação de 2006.

"This is one for the good days"


PS: Tks Thales pelo vídeo e por ter apresentado "oficialmente" a banda para mim, em idos anos.


3 de outubro de 2007

"Um planeta, muitas pessoas"... e algumas imagens

Dica do meu amigo Tiagão:

Série de imagens em uma galeria do Guardian, mostrando impactos ambientais: crescimento urbano, desmatamento, tsunami, agricultura e o famoso caso do lago Aral (fadado ao desaparecimento). Há também imagens dos continentes à noite.
As imagens fazem parte do livro “Earth From Space”, que contém 300 imagens de satélite de todo o planeta.

Tsunami na Indonésia, 2004.
(Fonte: Guardian)

A dica me fez lembrar o “Atlas of Our Changing Environment” da UNEP (United Nations Environment Programme), que além de possuir versão impressa, está disponível on-line em formatos bem interativos.

Crescimento urbano de Sydney: 1975 e 2002.
(Fonte: UNEP)


No Google Earth, basta ligar o layer “UNEP”, que está no item “consciência global”. Aparecerão vários ícones ao redor do mundo, mostrando pontos do Atlas. Além das contrastantes imagens antigas (geralmente da década de 70), há a opção overlay e também uma pequena interpretação/explicação do porquê de cada mudança.

Também dá para navegar aqui, através do Google Maps.
Eu acho o Earth mais simpático, mas o Maps tem uma lista bem prática dos lugares disponíveis.

Desmatamento em Rondônia: 1975 e 2001.
(Fonte: UNEP)

Para quem se interessar, recomendo visitar o Atlas na página da UNEP. Há várias opções de download, tanto dos capítulos do livro (todos e em alta qualidade) quanto de imagens, powerpoints e pôsteres. Os powerpoints temáticos são bem legais.

Lago Chad, na África: 1972 e 2001.
(Fonte: UNEP)


29 de setembro de 2007

Loney, Dear - saturday waits

“you sit in your room, looking over the sea...
you’ve got friends over here, still you’re there…”


Loney, Dear é uma banda sueca formada em 2003. Inicialmente as canções da banda foram divulgadas em mp3 no seu site. Nesse ano, foi lançado o CD “Loney, Noir”.

Segundo o allmusic, é o tipo de música para se ouvir com humor “primaveril” [springlike], alegre, energético, agradável, entusiasmado... Música boa para bons momentos!

Para conhecer outras músicas, basta visitar o site e fazer o download de alguns trechos disponíveis. (Vejam que linda que é “the city, the airport”).

Boa noite de sábado!