16 de dezembro de 2007

paranóias sustentáveis

Com essa “nova onda” de sermos "amigos do ambiente", parece que a cada momento estamos fazendo algo errado. Os hábitos precisam ser revistos e muitos, eliminados. Entretanto, é preciso coerência.

Eu, por exemplo, critico muito o transporte individual automotivo (como pode ser visto aqui, aqui e aqui). Mas sei que não basta falar “deixe seu carro em casa, vá de bicicleta” se nem ao menos temos condições de segurança para andar de bicicleta. Pequenas atitudes já podem ser tomadas, é claro. Mas as grandes mudanças precisam de um esforço e de um compromisso muito maiores. Investimento em diferentes formas de transporte coletivo, por exemplo.

Também não adianta ficar fazendo panfletagem na base do “ouvi dizer que”. Algumas coisas podemos até perceber empiricamente – ninguém precisa comprovar por a+b que esse monte de sacos plásticos por aí são um tremendo desperdício. Agora já tem muita coisa virando quase que “simpatia para salvar o mundo”. Crendices que podem se revelar muito nocivas.
Tem gente que chega a lavar as embalagens descartáveis com água e detergente antes de coloca-las no lixo. “Ah, para reciclar precisam estar limpas”. Sim, precisam e não se espera que ninguém deixe os restos de alimentos junto. Mas lavar minuciosamente já é demais: ao chegar no local de reciclagem, todas embalagens passam por uma lavagem industrial.

Os seja, há muito sendo dito e muito a ser aprendido e a ser incorporado na nossa cultura. Mas fiquemos atentos para o que há de verdade, de mito, de inocência e de incoerência nisso tudo.

Acho que vale a pena dar uma olhada no "manual de etiqueta sustentável", patrocinado pela editora Abril. Ele apresenta 50 dicas de "pequenos gestos que conduzirão a grandes mudanças se forem adotados por todos", separadas em quatro áreas: rua, casa, trabalho e vida pessoal.
Cada dica é acompanhada por um pequeno gráfico que ilustra o grau de esforço exigido para sua execução e também seu impacto.
Como eu disse, algumas coisas são pura questão de bom-senso, outras merecem ser relembradas e outras dão uma bela sacudida em nossos pre-conceitos.


PS: A Folha tem umas sugestões para "um natal mais verde".

PS2: Imagens da corbis.


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