moeda verde

Trechos da nota oficial da Justiça Federal, 04/05/2007:

"Por determinação da Justiça Federal, policiais federais começaram a cumprir hoje mandados de prisão temporária contra várias pessoas e de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências, expedidos em inquérito que investiga a existência de um esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico, em favor de grandes empreendimentos na Ilha de Santa Catarina.
[...]

As buscas e apreensões devem ser feitas na Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos de Florianópolis (Susp), no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, na Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), na Fundação do Meio Ambiente (Fatma), em escritórios de empresas e residências."

Os suspeitos:

Juarez Silveira (vereador)
André Luiz Dadam (servidor da Fatma)
Hélio Scheffel Chevarria (grupo Habitasul)
Fernando Tadeu Soledade Habckost (grupo Habitasul)
Renato Juceli de Souza (Susp)
Marcelo Vieira Nascimento (Floram)
Rubens Bazzo (Susp)
Francisco Rzatki (Floram)
Péricles de Freitas Druk (grupo Habitasul)
Fernando Marcondes de Mattos (Costão do Santinho)
Amílcar Lebarbechon da Silveira (restaurante do Amílcar)
Paulo Cezar Maciel da Silva (shopping Iguatemi)
Gilson Junckes (hospital Vita)
Rodrigo Bleyer Bazzo (filho de Rubens Bazzo)
Marcílio Guilherme Ávila (vereador eleito, atual presidente da Santur)
Percy Haensch (Colégio Energia)
Margarida Emília Milani de Quadros
Aurélio de Castro Remor (secretário de Obras de Florianópolis)
Paulo Toniolo Júnior
Itanoir Cláudio (chefe de gabinete de Juarez Silveira)
Sérgio Lima de Almeida
Aurélio Paladini

Il Campanario: "Uma arquitetura de inspiração mediterrânea, com linhas que remetem aos vilarejos da riviera italiana e francesa" e estopim das investigações. Detalhe para as letras miúdas onde supostamente deveria estar a areia: "Futuro empreendimento a ser construído no terreno frente mar". (Imagem: www.habitasul.com.br)

Comentário breve, de quem ainda está absorvendo a notícia:

Todo mundo sabe da quantidade de irregularidades e falcatruas que acontecem em prol do "desenvolvimento" das nossas cidades (leia-se: dos bolsos de alguns). Em Florianópolis, então, é um absurdo descarado. As áreas verdes protegidas são, na verdade, áreas de reserva para a construção civil, que quando bem entende as utiliza para dar lugar aos seus monstrinhos. O próprio diretor do IPUF, Ildo Rosa, afirmou que 58% de todos os empreendimentos em Florianópolis são ilegais (Fonte: RBS).

O mais interessante dessa brava investigação da Polícia Federal é a sacudida em série que ela deve provocar. Isso poucos dias após a inauguração do shopping-sobre-o-manguezal Iguatemi.

Pergunto-me se entre os investigados estão os loteadores da Praia do Pontal (Daniela) ou algum daqueles que conseguiram edificar uma popular casa noturna junto a uma Reserva Ecológica.
Espero que ações como essa coíbam novas estripulias administrativas.
Espero que os culpados (quando apontados) sintam economicamente a perda que ambientalmente é irreparável.