23 de outubro de 2007

panorâmicas da lagoa da conceição

Dois momentos da Lagoa.
Clique nas imagens para ver com mais detalhes.

Lagoa da Conceição na década de 50.
(Fonte: EIA do Hotel Lanai)

Lagoa da Conceição em 2007.


[Google Earth: -27.6037514444, -48.4624780583]



17 de outubro de 2007

fractais x arquitetura = ?

O termo fractal (MANDELBROT, 1975) é utilizado para descrever uma estrutura de formas similares que se repetem em diferentes escalas. Está relacionado diretamente com as teorias da complexidade e sua aplicação na arquitetura tem gerado controvérsias entre arquitetos e matemáticos.

Fractal by computador. Fractal by natureza.
(Imagens: Geometric Arts e Corbis)


Algo muito novo? Hummm, aparentemente o princípio já estava embutido -inconscientemente- na arquitetura há muito tempo, de igrejas barrocas a obras de Frank Lloyd Wright. Mas como a noção de "fractais" só foi definida na década de 70, propõem-se como marco para a arquitetura as obras de Peter Eisenman: House XI (1978) e o projeto "Moving Arrows, Eros, and other Errors", premiado na Bienal de Veneza em 1985.

Peter Eisenman: House XI e "Moving Arrows, Eros, and other Errors" - também conhecido como "Romeo and Juliet".
(Imagens: daqui e daqui)

Enquanto alguns arquitetos ainda tentam discutir geometria euclidiana x geometria fractal, outros procuram incorporar os novos conceitos em suas obras. A possibilidade de exploração dos fractais é imensa e pode gerar resultados interessantes, ainda que a nível experimental.

Torre Absolute Mississauga, Rojkind Arquitectos.
Projeto finalista do concurso Your Absolute.
(Imagens e informações daqui)


- Se os fractais realmente serão capazes de "reconectar o homem às formas naturais ou ao cosmos"? Não sei.
- Há maneira de ensinar os estudantes de arquitetura / arquitetos a aplicarem esses conceitos de forma sensata? Daqui a um ano e meio coloco aqui o link para a dissertação do meu amigo Maycon. Que é quem me colocou nessa confusão. :)

Formas inesperadas. Resultados interessantes.
O que nos aguarda no mundo dos fractais?

(Imagem daqui)

Para saber mais:
[
Ostwald, M. J.] "Fractal Architecture": Late Twentieth Century Connections Between Architecture and Fractal Geometry.

Arquitetura Fractal
.


Vale a visita:
theverymany


16 de outubro de 2007

desmatamento na Amazônia: a caminho da Nona Maravilha?

"Os esgotos se abrem ao ar livre,
descarregam em vagonetes,
na vala seca do rio.
O lixo forma setenta e sete colinas
que ondulam, habitadas, todas."
(Inácio de Loyola Brandão)

Estou relendo "Não verás país nenhum", de Inácio de Loyola Brandão, publicado em 1981.
A história tem como cenário uma São Paulo "num clima de ridícula e subdesenvolvida ficção científica": uma cidade superpopulosa, cercada para evitar novas migrações, com áreas específicas de circulação para cada pessoa, fichas para água, racionamento, calor insuportável, exército urbano de "Civiltares", comidas artificiais e até cheiros nostálgicos à venda (como o de "Água na Terra Seca").

Ficção científica? (Imagem: Corbis)

Souza, personagem principal, descreve também o que ocorreu com algumas partes do Brasil, ou que costumavam pertencer ao Brasil. A Amazônia, por exemplo, virou um grande deserto. O governo incentivou a exploração predatória, coibiu a divulgação de más notícias, sumiu com cientistas. Um belo dia, um ministro divulgou uma orgulhosa conquista para a nação, "um grande feito deste governo que pensa no futuro". Não era mais só a África que podia se orgulhar do seu belo deserto, o Brasil também possuía "um deserto maravilhoso, centenas de vezes maior que o Saara, mais belo".
O deserto passou a ser conhecido como a Nona Maravilha do mundo. Publicitários divulgavam as vantagens do deserto. Agências de viagens começaram a fazer caravanas.



Inverossímil?
Quantas vezes vemos pegarem uma merda e venderem como progresso?
Quantas vezes ouvimos que as críticas ao "desenvolvimento" representam uma visão limitada?

Inverossímil?
Hoje acordo e a manchete do dia é que o desmatamento no Mato Grosso cresceu 107%.

"Por oito anos abastecemos o mundo de madeira. Convencidos de que não havia problemas, aceitamos que vendessem pedaços da Amazônia. Pequenos trechos, diziam. Áreas escolhidas por cientistas, para que não se alterassem os ecossistemas. Até que um dia, as fotos tiradas pelos satélites revelaram a devastação. Todo o miolo da floresta dizimado, irremediavelmente. O resto durou pouco, em alguns anos o deserto tomou conta."
(Inácio de Loyola Brandão)

O ser humano é mesmo um bicho burro.

PS: Falei da Nona Maravilha pela coincidência da notícia, mas o livro é muito mais do que catástrofes ambientais, ele aborda as relações humanas, a divisão da sociedade, a corrupção dos que detêm o poder, a cidade setorizada aos moldes de Brasília... e um furo na mão de Souza. :)

PS 2: Este vídeo mostra o que tem sido feito em nome do progre$$o, permitindo o avanço do cultivo da soja em detrimento da preservação da floresta. Grileiros, agronegócio, êxodo rural, impactos ambientais e humanos.


11 de outubro de 2007

+ fotos, + Terra

Depois das imagens de satélite da semana passada, o Cássio me lembrou das imagens aéreas do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand.
As fotos, tiradas de helicóptero e de balão, revelam faces incríveis do mundo que dividimos: habitações, estilos de vida, paisagens naturais, pessoas, poluição, arquitetura...

Selecionei algumas do site oficial, mas lá tem muita coisa. A pesquisa de imagens é por país, sendo que geralmente há legendas e textos explicativos em inglês e francês, mas algumas vezes em espanhol também. Cada fotografia é acompanhada das respectivas coordenadas geográficas do lugar, o que se revela muito útil quando percebemos quão pouco conhecemos nosso planeta.




PS: Algumas da imagens possuem links no Google Earth. Mas desconheço algo como um layer próprio para facilitar a sua identificação.


10 de outubro de 2007

radiohead - in rainbows

"o Radiohead gravou um disco
até agora, ele só está disponível a partir desse website"

Simples assim. E o Radiohead, mais uma vez, quebra padrões e marca a história da música.
Há duas formas de ter acesso ao In Rainbows: comprando o "Discbox" que será entregue em 3 de dezembro e que contém, além do CD, um vinil, CD com músicas extras e fotografias ou então fazendo o download das faixas direto no site, após o pagamento de uma taxa.
O valor? Discbox=40 libras. Donwload= o quanto você quiser pagar. As músicas estarão disponíveis a partir de hoje.

Discbox de In Rainbows.
(Fonte: www.inrainbows.com)



De acordo com o site oficial, as faixas são: 15 step - bodysnatchers - nude - weird fishes/arpeggi - all I need - faust arp - reckoner - house of cards - jigsaw falling into place - videotape

Ok, antes mesmo de eu acabar esse post, já deve ter o CD inteiro no emule e afins (o que me faz lembrar o título do álbum de 2003: "Hail to the thief"). Inclusive as músicas não são completamente desconhecidas, pois já foram tocadas ao vivo.
Ainda assim, tenho certeza que nesse momento milhares de fãs estão acordados, esperando pelo e-mail com o código de ativação do download. YES!!!!
Grande atitude de uma grande banda.


Para já dar uma noção do que é o álbum: Videotape, em uma gravação de 2006.

"This is one for the good days"


PS: Tks Thales pelo vídeo e por ter apresentado "oficialmente" a banda para mim, em idos anos.


3 de outubro de 2007

"Um planeta, muitas pessoas"... e algumas imagens

Dica do meu amigo Tiagão:

Série de imagens em uma galeria do Guardian, mostrando impactos ambientais: crescimento urbano, desmatamento, tsunami, agricultura e o famoso caso do lago Aral (fadado ao desaparecimento). Há também imagens dos continentes à noite.
As imagens fazem parte do livro “Earth From Space”, que contém 300 imagens de satélite de todo o planeta.

Tsunami na Indonésia, 2004.
(Fonte: Guardian)

A dica me fez lembrar o “Atlas of Our Changing Environment” da UNEP (United Nations Environment Programme), que além de possuir versão impressa, está disponível on-line em formatos bem interativos.

Crescimento urbano de Sydney: 1975 e 2002.
(Fonte: UNEP)


No Google Earth, basta ligar o layer “UNEP”, que está no item “consciência global”. Aparecerão vários ícones ao redor do mundo, mostrando pontos do Atlas. Além das contrastantes imagens antigas (geralmente da década de 70), há a opção overlay e também uma pequena interpretação/explicação do porquê de cada mudança.

Também dá para navegar aqui, através do Google Maps.
Eu acho o Earth mais simpático, mas o Maps tem uma lista bem prática dos lugares disponíveis.

Desmatamento em Rondônia: 1975 e 2001.
(Fonte: UNEP)

Para quem se interessar, recomendo visitar o Atlas na página da UNEP. Há várias opções de download, tanto dos capítulos do livro (todos e em alta qualidade) quanto de imagens, powerpoints e pôsteres. Os powerpoints temáticos são bem legais.

Lago Chad, na África: 1972 e 2001.
(Fonte: UNEP)