lagoinha do leste
Isso só é possível quando a praia é de díficil acesso. Já se sabe, chegou o asfalto, chegou o progresso, chegaram os turistas, mudou a paisagem.
Lagoinha do Leste (sudeste, na verdade) é um desses recantos ainda protegidos na capital. Essa proteção se deve muito ao fato da condição geográfica da praia, situada entre morros. A praia e seu entorno fazem parte do Parque Municipal da Lagoinha do Leste, que possui 804,10ha (Lei Municipal n°3701/1992).
Localização da Praia da Lagoinha do Leste e principais trilhas. (Editado por Laribari e Cássio, a partir da imagem de satélite disponível no Google Earth)
Há duas principais trilhas de acesso à Lagoinha, uma delas por Armação/Matadeiro, com duração de cerca de 3h e trechos de mata mais fechada e outra por Pântano do Sul.
Como só fui até a metade da trilha de Matadeiro (precisa-se ir com tempo, o que não era meu caso) vou recomendar a trilha de Pântano do Sul, que é bem marcada e demora em média 1h.
Lagoinha do Leste (Imagem de satélite disponível no Google Earth)
Basicamente o percurso é de subir o morro para depois descê-lo. A trilha é super tranqüila para fazer e nessa época do ano é relativamente bem freqüentada. Em um dos pontos mais elevados tem um mirante da Lagoinha e de Pântano, infelizmente necessitando de reparos e manutenção.
É indicado ir com calçado fechado: pode ter trechos embarrados próximos a riachos e a descida se faz por uma parte de pedras.
(Foto: Cássio Lorensini)
Vista da praia de Pântano do Sul a partir do mirante.
(Foto: Cássio Lorensini)
A paisagem da Lagoinha encanta por ser de uma praia única: dunas, restinga, laguna, costões rochosos, mata atlântica. O mar tende a ser gelado e bravio, por isso a concentração de pessoas é junto ao braço de comunicação entre a lagoa e o mar. Ali a água é calma, rasa e com boa temperatura.
Lagoinha do Leste vista do último trecho de descida da trilha.
(Foto: Cássio Lorensini)
Local de encontro entre a lagoa e o mar, propício para banho.
(Foto: Cássio Lorensini)
Muitas pessoas acampam na praia e cabe lembrar que não há prestação de serviço ou comércio no local. Durante esses meses de alta temporada tem apenas uma barraquinha próximo à lagoa onde vendem água e caldo de cana. -Ou seja, levar comida e água.
Outra opção ainda para chegar à praia (ou voltar dela) é o passeio de barco. Eles saem de Pântano do Sul e cobram 10 reais por pessoa a ida e 10 reais a volta. Demora uns 30 minutos e é importante consultar os horários em Pântano. Esse passeio também é bem interessante por possibilitar a vista de algumas das ilhas do sul e dos paredões rochosos entre a Lagoinha e Pântano. Como eles dependem da condição do mar, não sendo garantidos diariamente.
A única decepção na minha passagem encantada pela Lagoinha do Leste foi encontrar lixo na areia. É, l-i-x-o. Imagina-se que pessoas que procuram tal local, tão natural, possuem uma certa consciência ecológica e vão zelar pelos ecossistemas presentes na área. Levar o lixo produzido embora é regra básica. Mas pelo visto negligenciada. Que o digam as embalagens de salgadinho e as pets espalhadas perto da lagoa.
Outro ponto que poderia ser melhorado é a sinalização da trilha, pois muitas placas já estão apagadas. Mesmo assim, é muito difícil se perder nela. (Já não digo o mesmo da de Matadeiro).
É isso aí, dica dada. Aproveitem que vale muito a pena.
Panorâmica a partir das dunas junto à lagoa. Clique para ver maior. (Fotos e montagem: Cássio Lorensini)
[Google Earth: -27.7731110793, -48.4857066785]
PS 1: Segunda dica que complementa a primeira. O livro “Trilhas e Caminhos da Ilha de Santa Catarina”, de Augusto Zeferino e Victor Carlson, é super útil, e traz além dessa outras 35 trilhas de Floripa.
PS 2: Geralmente as pessoas vão pela trilha de Matadeiro e retornam pela trilha de Pântano do Sul. Parece ser uma opção bacana, mas para isso é necessário tempo - e preparo físico. Afinal, ninguém vai querer conhecer a lagoinha "de passagem".