22 de dezembro de 2007

post natalino

Há tantas críticas às decorações natalinas... uma delas (e muito certa) é que enquanto todo mundo pede por uso racional da energia elétrica, as cidades se enchem com luzes em casas, órgãos públicos, vias, comércio...
A minha grande crítica ainda é aos pobres papais noéis, vestidos para o inverno polar em pleno verão brasileiro, além de todo esse esteriótipo de Natal importado.
Ok, tradição é tradição. bla bla bla

Papai Noel simpático da campanha da Hering: de manga-curta e sem as renas!


Deixando as críticas de lado, vou assumir o papel de defesa hoje.

Grande parte das cidades do sul do país tem usado lixo reciclável para fazer sua decoração de Natal. No quesito "criatividade com pet", tenho visto coisas óbvias, como uns bonecos-de-neve (ah, criticando de novo!!!), mas vi também uns resultados interessantes, como anjos e enfeites iluminados.

Em Xaxim, no oeste de Santa Catarina, além do uso dos arranjos de pet, resolveram também colocar pinheirinhos como esses "de dentro de casa" na rua.
Quando vi, achei loucura, pensei que pouco duraria... e já fui achando mil defeitos.
Depois parei para pensar melhor.

"Pinheirinhos-de-dentro-de-casa" no canteiro da principal Avenida de Xaxim.
(Imagem: Prefeitura de Xaxim)

Está certo que, apesar da inspiração declarada, a decoração está muito longe das superproduções de Gramado e Canela. Mas os enfeites de rua - e todo o comércio da época, aliado ao clima agradável - convidam as pessoas a saírem da toca, a passearem pelas ruas, tomarem um sorvete, andarem de mãos dadas...
(ah sim, esqueci de mencionar, Xaxim tem apenas 24.161 habitantes e nenhum grande atrativo de lazer)

E os pinheirinhos estão lá ainda, cada um decorado por uma entidade ou loja. Eles permanecem por que a população os valoriza, preza, zela... ela realmente quer os "pinheirinhos-de-dentro-de-casa" na avenida principal da cidade!


A avenida à noite: estímulo ao contato público.
(Foto: Laribari)

Agora vem a parte engraçada.
Tem comerciante reclamando que os pinheirinhos, localizados nos canteiros centrais da avenida, estão tirando vagas de estacionamento. E realmente estão!!! Mas olhem no Google Earth o tamanho de Xaxim [-26.9606952299, -52.5335285042] e me digam se a cidade precisa mesmo daquelas vagas.

Eu sei, em uma cidade pequena a escala é diferente, 4 quadras pode ser muito longe... quando em uma cidade maior, 4 quadras é o que se anda depois de estacionar. Mas mesmo assim...!

Enfeites de Natal: gerando "conflitos" com o estacionamento e com o trânsito de veículos pesados.
(Foto: Laribari)


Bom, a segunda crítica local aos enfeites: foram feitos uns "pórticos" na avenida e, portanto, a altura de passagem é limitada. Aí, no primeiro dia de enfeites, um caminhão passou pelo primeiro "pórtico" e fez estrago (mais um cabeça-de-porongo!).
O comentário?
"mas também, que idéia proibir o trânsito de caminhões na avenida, todos sabem que Xaxim é uma cidade de caminhões!"

E é mesmo uma "cidade de caminhões", mas já está mais que na hora de eles andarem pelos lugares certos!!
aiaiaia

Papai Noel, vê se você tem uma cidade de pessoas para lhes dar!


PS: Feliz Natal a todos! :)



20 de dezembro de 2007

"prédio afunda em Pernambuco"

Um edifício de quatro andares afundou quase um metro hoje em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife.




Até aí "no big deal", o detalhe é que no bairro da Piedade, onde fica o condomínio, já desabaram 3 edifícios desde 1997.
E... o clímax da notícia:
a área na qual o prédio foi construído era, originalmente, ... manguezal!!!!!!(selecione para saber, caso não tenha adivinhado ainda).

Ah, os cabeças-de-porongo!!!!

Em homenagem, videozinho da campanha da WWF Brasil.



Yes, uma hora vai voltar para você.


Imagem e notícia daqui e daqui.


[Google Earth, bairro da Piedade :
-8.19357720856, -34.9357799839]


16 de dezembro de 2007

paranóias sustentáveis

Com essa “nova onda” de sermos "amigos do ambiente", parece que a cada momento estamos fazendo algo errado. Os hábitos precisam ser revistos e muitos, eliminados. Entretanto, é preciso coerência.

Eu, por exemplo, critico muito o transporte individual automotivo (como pode ser visto aqui, aqui e aqui). Mas sei que não basta falar “deixe seu carro em casa, vá de bicicleta” se nem ao menos temos condições de segurança para andar de bicicleta. Pequenas atitudes já podem ser tomadas, é claro. Mas as grandes mudanças precisam de um esforço e de um compromisso muito maiores. Investimento em diferentes formas de transporte coletivo, por exemplo.

Também não adianta ficar fazendo panfletagem na base do “ouvi dizer que”. Algumas coisas podemos até perceber empiricamente – ninguém precisa comprovar por a+b que esse monte de sacos plásticos por aí são um tremendo desperdício. Agora já tem muita coisa virando quase que “simpatia para salvar o mundo”. Crendices que podem se revelar muito nocivas.
Tem gente que chega a lavar as embalagens descartáveis com água e detergente antes de coloca-las no lixo. “Ah, para reciclar precisam estar limpas”. Sim, precisam e não se espera que ninguém deixe os restos de alimentos junto. Mas lavar minuciosamente já é demais: ao chegar no local de reciclagem, todas embalagens passam por uma lavagem industrial.

Os seja, há muito sendo dito e muito a ser aprendido e a ser incorporado na nossa cultura. Mas fiquemos atentos para o que há de verdade, de mito, de inocência e de incoerência nisso tudo.

Acho que vale a pena dar uma olhada no "manual de etiqueta sustentável", patrocinado pela editora Abril. Ele apresenta 50 dicas de "pequenos gestos que conduzirão a grandes mudanças se forem adotados por todos", separadas em quatro áreas: rua, casa, trabalho e vida pessoal.
Cada dica é acompanhada por um pequeno gráfico que ilustra o grau de esforço exigido para sua execução e também seu impacto.
Como eu disse, algumas coisas são pura questão de bom-senso, outras merecem ser relembradas e outras dão uma bela sacudida em nossos pre-conceitos.


PS: A Folha tem umas sugestões para "um natal mais verde".

PS2: Imagens da corbis.


11 de dezembro de 2007

motoristas solitários

62% dos motoristas paulistanos andam sozinhos no carro

Dado divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Transportes da capital paulista.

Viva os cabeça-de-porongo!
(Imagem daqui)

Notícia daqui.


Update [12/12/07]
Dois comentários malvadinhos: